O apagão na mão de obra de TI ainda nem começou.

Existe uma grande discussão sobre a escassez de mão de obra na área de TI no Brasil. Muitos acreditam que estamos vivendo uma bolha, outros apostam em uma alta momentânea e pontual, influenciada pela pandemia e pela adoção ao trabalho remoto.

Minha opinião é que na verdade ainda não estamos vendo nem o início da onda, que se transformará em um grande tsunami ao atingir nossa costa. O apagão ainda "está de dia".

Existem muitas pesquisas explorando os motivos, o contexto e as tendências futuras de longo e curto prazo para esse tema.

Segundo pesquisa recente do CESAR¹, atualmente já temos mais de 100 MIL postos de trabalho em aberto na área de TI, sem profissionais qualificados para preenchê-las. Ainda segundo o CESAR, a expectativa é de que 500 mil vagas sejam abertas até 2024.

O setor de tecnologia abriu cerca de 60 mil vagas a mais no ano de 2020, se comparado a 2019, de acordo com a McKinsey. Outro estudo da McKinsey aponta que o Brasil terá escassez de 1 MILHÃO de trabalhadores no setor de tecnologia até 2030.

De acordo com outra pesquisa do Gartner no final de 2021, a escassez de talentos é a principal barreira para a adoção de tecnologias emergentes e para a Transformação Digital nas empresas.

Mas, na minha visão, não estamos nem no início desse apagão, que já seria gerado pelos simples fatores: Número de alunos formados pelas faculdades por ano versus demanda tradicional das empresas analógicas por profissionais de TI.

Adoção em massa do trabalho remoto pelas empresas;
Deixem-me explicar.
A Transformação Digital tira a TI das empresas de uma posição de suporte, para se tornarem estratégicas (core business). Essa mudança por si só, gera uma demanda exponencial por novas contratações de mão de obra qualificada.

Pensem comigo, recentemente a consultoria Deloitte publicou um estudo que aponta que nas maiores empresas, a jornada de Transformação Digital pode gerar uma demanda por profissionais de TI até 4 vezes maior. Vejam, 4 VEZES maior.